O compartilhamento de informações é um dos momentos mais difíceis na comunicação de doenças graves. Leia o artigo do Lila sobre o tema
No último artigo discutimos a importância de considerar o conhecimento, os valores, as preferências dos pacientes e neste momento falaremos sobre o compartilhamento de informações sensíveis.
O ato de compartilhar informações, no cuidado do câncer ou de outras doenças de alta gravidade é um capítulo a parte e, tanto pacientes como médicos sofrem quando notícias difíceis são compartilhadas. Protocolos de treinamento específicos para a comunicação de notícias ruins foram desenvolvidos (Baile et al., 2000; Narayanan et al., 2010; Pereira et al., 2017). Eles são importante parte no treinamento dos profissionais de saúde, inclusive como forma de reduzir o desgaste emocional de pacientes, familiares e dos próprios médicos.
Do mesmo modo, é também importante oferecer fontes de informação adicionais e auxiliar o paciente na avaliação e utilização destas fontes. Afinal, diariamente uma imensa quantidade de informações chegam aos pacientes e familiares via mídia (leiga e especializada), amigos, outros pacientes e mesmo profissionais de saúde. Medo e falsas expectativas são apenas dois dos múltiplos problemas que frequentemente surgem neste contexto.
Cada campanha de vacinação por exemplo gera dúvidas e insegurança nos pacientes que se encontram em tratamento e nos que foram a esses submetidos. Cabe também ao médico, sobretudo do oncologista, para onde convergem questionamentos inclusive de outros profissionais de saúde estar preparado para oferecer fonte de informação confiável.