As crenças e valores do paciente condicionam a possibilidade de o médico influenciar seu comportamento. Leia o artigo do Lila sobre o tema.
Anteriormente, falamos sobre os objetivos fundamentais da troca de informações entre médicos e pacientes. Progredindo com a reflexão, discutiremos agora sobre a relevância do conhecimento das crenças e valores do paciente por parte do médico.
Nem sempre o paciente vai proceder conforme a expectativa do médico, considerando certo consenso médico sobre o tema em questão. Para atender adequadamente, muitas vezes torna-se necessário investigar com curiosidade o conhecimento, crenças e preferências dos pacientes relativas às causas, prognóstico e tratamento de doenças graves, como o câncer. É a partir deste conhecimento por parte do médico que as necessidades dos pacientes poderão ser mais bem atendidas.
Demonstrar abertura e acolhimento para dúvidas deve ser um movimento ativo do cuidador tanto no relacionamento com o paciente quanto com os familiares. Por exemplo, informar que um determinado diagnóstico não é passível de ser rastreado com exames regulares pode aplacar muitas vezes uma oculta angústia ou culpa de pacientes e familiares por não terem realizado de forma mais precoce um dado diagnóstico. Deve-se estar atento para presença de crenças como a de que o diagnóstico de uma doença potencialmente grave é sinônimo de óbito. O fatalismo por exemplo é uma crença que quando existente deve ser abordada sem embates, mas com acolhimento e legítima demonstração de cuidado.